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terça-feira, 27 de abril de 2010

Caminho oblíquo


Sofro uma espécie de explosão para dentro de mim

que me abre os caminhos inexplorados

e me avança aquelas partes escuras

quase sem passos marcados.


Me abro com a faca

até sair nas vísceras alguma coisa nítida

com sabor de coisa inteira.


Sofro uma espécie de alargamento interno

que me exprime os pedaços mais grossos

por buracos molhados do olho.


E aquela saudade das coisas que não foram

aparece pulando no peito

mais que sapo pulando na terra.


Sofro uma espécie iluminação poética

que me encanta até nos abandonos

onde os silêncios se sustentam com palavras.


Podia ter pedaços de flor

no colorido preto e branco da nostalgia.


Podia ter expressões de orvalho

no canto doce do meu choro.


Sofro uma espécie de estreitamento

que me comprime até eu chegar onde estou

e de repente rabisca na imaginação

tudo que eu inventei pra me conhecer.


3 comentários:

  1. "Me abro com a faca
    até sair nas vísceras alguma coisa nítida
    com sabor de coisa inteira."

    Gostei muito mesmo, vontade de me abrir assim, gostei de sua poética, passa lá em casa
    http://tallesazigon.blogspot.com/
    quem sabes tu goste. seguindo-te

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  2. eu tenho tanto afeto pelo seu blog novo q até vim te deixar um beijo! :****

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  3. isso é uma coisa tao linda, q mesmo escrito... não se explica por palavras

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