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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Conversa de botequim

Eu falo sobre o amor
como quem conversa fiado
em trocados pequenos no boteco da esquina.

Falo sobre o amor
como quem degusta sabores baratos
nos mínimos detalhes agridoces.

Deixo escapar as delícias e dores
quase monótonas disfarçadas de neblina em lágrimas
que me ameaçam os olhos molhados.

Provo meu gosto até alcançar o dessabor das minhas palavras
e encosto meu pranto no canto da saudade
que eu desenho em versos.

Apalpo com delicadeza os sentimentos de onde eu vim
até fazer sair bolhas pulando no peito
que me revelam as rimas arteriais mais completas de mim.

Invento prazeres nas conversas de botequim...


domingo, 19 de dezembro de 2010

Biografia da infância


Com o tempo do avesso
pegando a gente pelos cantos nostálgicos
à choramingar saudade
e pensar pedaços doces
sobre o cheiro do vento.

Foi como se fosse uma foice afiada
cortando a carne até expelir o sangue da memória
pra transbordar lembranças puras
vazando por entre os dedos da mão.

Devagar e sempre
o carinho do passado contaminava o presente
e eu me sentia acariciada pelo sopro sem comportamento
vindo de dentro do coração.

Eu escutava o perfume daquelas águas lá atrás
que já não me banham mais
a não ser nos esconderijos internos entre essas palavras
como quem escuta os pássaros recitando poesia.

Só assim que eu sonho sair de mim
pra chegar no aconchego de onde eu vim
reinventando minha infância nos dias de hoje
pra ocupar o tempo que eu crio pra existir.


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Livro a vista

É com muitíssima felicidade que eu venho contar a todos os leitores, que a Lei de Incentivo a Cultura da Prefeitura Municipal de Uberlândia aprovou a publicação do livro "Inutilidade Poética" previsto para ser lançado em Setembro de 2011. O livro contará com poesias de minha autoria e com poesias do escritor Rene Serafim.
Aguardem!!

Mais informações:
@_meninadosolhos
@rene_serafim

Muito obrigada!!
Beijinhos :*

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Tácito


Contradigo em mim
meus absurdos secretos.

Enfeito em meu peito
minhas angústias íntimas.

Pinto em meus lábios
minhas dores intactas.

Faço virar poesia
as coisas que eu nunca vi.


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