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segunda-feira, 28 de julho de 2008

Conflito e fritas


Os momentos eternizados a cada instante. Aquela cansativa braveza das coisas. A beleza de cada parte. A chatice do todo. Confusão intacta de dentro, calmaria de fora. Vice-verso.

O intocável de mim exteriorizando-se à 160 Km/h. A vontade de vir à tona a cinco passos do naufrágio. Nasce daí o calado sentimento. Submerso abaixo de todo o oceano, lá sim, se emerge ele aos poucos.

Um pouco de tudo não explica nada. Em cada silêncio o grito de medo, dúvida. Em cada grito aquele silêncio confuso, estonteante. Aquela loucura mansa na confusão agonizante.

Bravo! Bravo! Uma conquista por segundo prestes a morrer no esquecimento. Não frio, morno agora.

O que se sente morre no vento congelante que sempre bate no escudo, e não perfura. Escudos abaixo, agora já mais perto do medo de começar a sentir aquilo que nunca ousou sentir. Agora tão perto, que os olhos se cruzam naquela distância dos pólos. Distância fulgáz, traz consigo o passageiro próximo.

Ainda naquele momento mudo ouve-se a voz que diz "é tudo mentira".

É perto demais pra deixar. Hora de partir ou hora de ficar?

A meia luz traz esse reflexo…

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Ama, anda


De tanta semelhança nasce a cumplicidade eterna daquilo que não tem fim.
Inatingível de tão puro, tão raro. A paz que só vem de de todo esse equilíbrio estático que tira de um, o que completa o outro.
A outra parte que fica fora de mim. E daqui eu sinto o mesmo, aí. Aquilo tudo que completa.
O entendimento mútuo e manso. No olhar a voz que me lê por dentro. Voz única e breve. Que alcança além do escudo, lá no fundo.
Aquela certeza ímpar do sempre. E a eterna fonte de força. Incansáveis lágrimas que não se alcançam, e se unem. Risadas breves para cada sonho longo. Abraço apertado que faz a radiografia completa do pedaço de suspiro meu que não veio de mim.
Entre todas as dúvidas é nesse mínimo instante que vem a certeza que o início disso tudo não foi aqui. O brilho constante de tudo vem da lembrança esquecida no além, distante.
E tudo o que eu não acredito, nesse instante eu posso sentir, tanto.


"É que eu preciso dizer que eu te amo, tanto!"

domingo, 20 de julho de 2008

Fixação


Aquele olhar que depois de tanto viajar dentro de si, finalmente alcançou-me assim. Penetrou, paralisou, olhou-me de um ângulo desconhecido. Firmou os olhos, e assim, fechou-os calmamente numa mudez gritante.

Aquele olhar. Nada mais. Nenhuma palavra, alguns suspiros, vários embaraços silenciosos.

Entre o medo e a descoberta, todas as coisas. Em cada coisa uma descoberta de medo. Um medo de despir-se da tão pesada armadura. Confusão, confissão. Mais embaraços, outros tantos.

A frieza indiferente arde-se em fogo. Queima-se nele ao regar todos os dias o gelo inderretível. Aquele pouco de água fria que sempre resta quando falta. E aquece.

No enlace a tensão da frieza morna, agora ainda. No medo o desejo da calma turbulência pertubante. No meio de tudo, e desconhecimento tão próximo de si, de mim. No final, tudo aquilo de infindável construído nesse instante de loucura.

Luta. Constantes inconstâncias que não deixa que nada tome conta. A falta da entrega. Essa demência aprisionada assustadoramente dentro do esconderijo. Já aberto ao vento, ou não.

Aquele olhar ainda lá, ainda fixo, e não menos perdido.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Perfeita ordem


Eu posso perder tudo. Só não mais perder-me assim.

Preciso sentir intensamente. Sentir-me mais.

Olhar para dentro e num corte transversal encontrar somente a falta de estar perdido. Tudo no lugar, menos isso.

Nessa falta eu me encontro, me escondo, só nessa…

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