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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Pássaros-passos


Era como descer um degrau

um à um

e observar aos poucos

quase mudo

a diferença entre cada um deles

como se isso fosse mesmo

de alguma forma importante

mas não era

nem antes

nem agora,

nada importa.

Nem tanto.


Era como se o tempo mentisse

nos enganasse

como goles eternos

em madrugadas vazias.

Como se o vento remetesse a tudo aquilo

que não remete

nem remetera

jamais.


Era como não é

como ainda não foi

nem mesmo será.


Os degraus

passam por nós

e nos deixam aqui

assim

aos poucos

e vagarosamente

nós passamos eles

aos pássaros

e passos





espaços.

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