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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Eu e o vento




As nuvens dançam aos meus pés
e o teto do mundo alcança a ponta dos meus dedos.

No jardim dos encontros
eu desenho um abrigo
faço dele meu esconderijo.

É como se das flores
restassem a cor
e das árvores
a sombra.

É como se de tudo
sobrasse aquilo
que nunca faltou.

Ficou no jardim
o encontro,
o abrigo,
as nuvens
e o teto do mundo.

Ficou em mim o meu desenho.

E com a ponta dos meus dedos
eu danço na cor da sombra da flor da árvore.



sábado, 5 de novembro de 2011

Onde os raios se transformam em sonhos




Manso e único era o sabor daquele tormento colorido
que coagula o sangue mais íntimo
e estanca no peito as reações pulsantes

O que desabrocha em mim tem uma outra cor
uma furta cor inocente
carimbada de alegria e dor.

Devagar brotam sonhos compartilhados
e futuros tricotados juntos para além do tempo.

Devagar os cachecóis aquecem os pescoços
e modificam cada pulsação absorvida.

É como um grito que desampara e ressignifica o som do poema
como se as palavras acordassem a poesia
criando vida e sonho nas pétalas dos versos.

E a vida se ocupa em surpreender os sentimentos
criando um desencontro fascinante
entre tudo aquilo que existe e tudo aquilo que se cria
onde os raios se transformam em sonhos.



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