
Já era o tempo cinza
em que os dias quase choram
lágrimas partidas
e tudo aquilo que me sobrava
era um risco terno no nada,
brisa fria.
Meu ódio era o melhor de mim
engasgado num nó de mágoa
acidez berrada
engolida a seco.
Dia a dia a gente aprende
aos poucos
a amarrar as dores lentamente
cavando buracos enormes
porosos e ocos
para jogar fora
num vômito único
seco e breve e amarelo.
Expulsa, arranca
lança fora, puxa
cospe, grita
explode, arranha
tira! tira! tira!
deixa sair aos prantos
deixa arder como ácido em carne viva
deixa corroer por inteiro
deixa doer
deixa assim
deixa, deixa que passa
um dia passa.
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ResponderExcluirComentário por Ericka — domingo, 29 de novembro de 2009 (20:23:14)
é lindo ver nas palavras de outrem o q às vezes passa aqui dentro, bem no fundo
“respirei eu fundo; foi-se tudo pra escanteio”
[ver em: http://meninadosolhos00.blog.terra.com.br/2009/11/29/o-melhor-de-mim/#comments]
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ResponderExcluirComentário por Juninho — domingo, 29 de novembro de 2009 (21:06:15)
um dia passa… ficção ou não, isso já me passou e o que me restou é a alegria.
[ver em: http://meninadosolhos00.blog.terra.com.br/2009/11/29/o-melhor-de-mim/#comments]
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ResponderExcluirComentário por Cecília — segunda-feira, 7 de dezembro de 2009 (10:38:16)
fi! lindo!
[ver em: http://meninadosolhos00.blog.terra.com.br/2009/11/29/o-melhor-de-mim/#comments]