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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Dança a dois


Sobre a sinceridade

E toda sua dança deslizante

Que envolve corpos e almas

No silêncio escuro.


Sobre o peito aberto

Perto da carne e o sangue

Aquela transparência estonteante,

Vermelho vivo, marcante.


Desliza,

Vira e delira.


Sobre a poesia

Com o papel borrado

E os versos trêmulos

Quase engasgados.


Sobre a mudez do movimento

E o balanço da voz

Esmiuçado na embriaguez da noite

E no vento da manhã, ainda preta e branca


Acontece,

Aquece e estremece.


Sobre o carinho

Disfarçado entre o desejo e medo

Pulsações elétricas debaixo das viagens mudas

Como o cheiro do orvalho fresco.


Sobre tudo o que envolve

Olhares, peles, sorrisos,

Entre abraços distantes

Da música mutante, amante.


Cala,

Repara e exala.


Sobre a intensidade

Que em meio à novidade

Faz do prazer o ritmo da brisa

Como o pássaro que voa e leva nas asas tudo que sabe.


Sobre o silêncio

Que revela o partir

Antes de entrar e sentar, lembre-se da metade miúda partida

Que partiu.


Um comentário:

  1. 1.

    Comentário por Juninho — segunda-feira, 20 de julho de 2009 (22:47:18)

    “Era o silêncio que diz tudo
    O que a intuição mal advinha.”

    [ver em: http://meninadosolhos00.blog.terra.com.br/2009/07/20/sobre-o-silencio/#comments]

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