
Sobre a sinceridade
E toda sua dança deslizante
Que envolve corpos e almas
No silêncio escuro.
Sobre o peito aberto
Perto da carne e o sangue
Aquela transparência estonteante,
Vermelho vivo, marcante.
Desliza,
Vira e delira.
Sobre a poesia
Com o papel borrado
E os versos trêmulos
Quase engasgados.
Sobre a mudez do movimento
E o balanço da voz
Esmiuçado na embriaguez da noite
E no vento da manhã, ainda preta e branca
Acontece,
Aquece e estremece.
Sobre o carinho
Disfarçado entre o desejo e medo
Pulsações elétricas debaixo das viagens mudas
Como o cheiro do orvalho fresco.
Sobre tudo o que envolve
Olhares, peles, sorrisos,
Entre abraços distantes
Da música mutante, amante.
Cala,
Repara e exala.
Sobre a intensidade
Que em meio à novidade
Faz do prazer o ritmo da brisa
Como o pássaro que voa e leva nas asas tudo que sabe.
Sobre o silêncio
Que revela o partir
Antes de entrar e sentar, lembre-se da metade miúda partida
Que partiu.
1.
ResponderExcluirComentário por Juninho — segunda-feira, 20 de julho de 2009 (22:47:18)
“Era o silêncio que diz tudo
O que a intuição mal advinha.”
[ver em: http://meninadosolhos00.blog.terra.com.br/2009/07/20/sobre-o-silencio/#comments]