
Aquele olhar que muito viajou de forma meiga e doce antes de fixar-se ali.
Fixou-se calmamente, observando cada pedaço vago de si.
Absorveu tudo que havia por dentro e por fora e depois guardou num canto oco.
Canto mudo que gritava o nada de forma visceralmente bela.
Naquele momento todo seu carinho e delicadeza já eram parte de sua mudez berrada.
Arrancou de si um borro de sangue ainda cheirando a sua doçura singela e pintou seus lábios de dor.
Num sorriso eterno deixou escapar o cheiro dessa novidade mórbida.
Cheiro de alma sempre dançante nas valsas e tangos noturnos.
‘
Aquele olhar permaneceu fixo no canto de voz que cheira todos os seus sorrisos.
Escapou de si aquele peso que tem a leve sensação de melodia cativante.
Escapou a beleza daquele carisma que envolve olhares alheios.
Os lábios ainda estavam envolvidos na dança muda.
O borro de sangue pintou a valsa da noite com a própria alma.
Tudo o que havia absorvido por dentro e por fora já eram o nada que jamais arrancara de si.
Sobrava ainda sua doçura e seu carinho espalhados no canto de cada tango.
Entre a troca de olhares tudo permanece fixo depois daquele misterioso ponto móvel.
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ResponderExcluirComentário por Juninho — segunda-feira, 13 de julho de 2009 (22:38:57)
De tanto ler e reler resolvi parar de ler e não comentar. Mas impossível não falar QUE BELO! com sotaque italiano pra sua poesia…
;*
[ver em: http://meninadosolhos00.blog.terra.com.br/2009/07/13/aquele-olhar/#comments]
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ResponderExcluirComentário por meninadosolhos — segunda-feira, 13 de julho de 2009 (22:43:14)
há tanto pra dizer sobre aquele olhar que não poderia ser apenas isso.
e agora a menina dos olhos está de volta, dessa vez sem doses de uísque e sem batom vermelho,
pelo menos por hoje.
[ver em: http://meninadosolhos00.blog.terra.com.br/2009/07/13/aquele-olhar/#comments]