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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Aquele olhar


Aquele olhar que muito viajou de forma meiga e doce antes de fixar-se ali.

Fixou-se calmamente, observando cada pedaço vago de si.

Absorveu tudo que havia por dentro e por fora e depois guardou num canto oco.

Canto mudo que gritava o nada de forma visceralmente bela.

Naquele momento todo seu carinho e delicadeza já eram parte de sua mudez berrada.

Arrancou de si um borro de sangue ainda cheirando a sua doçura singela e pintou seus lábios de dor.

Num sorriso eterno deixou escapar o cheiro dessa novidade mórbida.

Cheiro de alma sempre dançante nas valsas e tangos noturnos.

Aquele olhar permaneceu fixo no canto de voz que cheira todos os seus sorrisos.

Escapou de si aquele peso que tem a leve sensação de melodia cativante.

Escapou a beleza daquele carisma que envolve olhares alheios.

Os lábios ainda estavam envolvidos na dança muda.

O borro de sangue pintou a valsa da noite com a própria alma.

Tudo o que havia absorvido por dentro e por fora já eram o nada que jamais arrancara de si.

Sobrava ainda sua doçura e seu carinho espalhados no canto de cada tango.

Entre a troca de olhares tudo permanece fixo depois daquele misterioso ponto móvel.

2 comentários:

  1. #

    Comentário por Juninho — segunda-feira, 13 de julho de 2009 (22:38:57)

    De tanto ler e reler resolvi parar de ler e não comentar. Mas impossível não falar QUE BELO! com sotaque italiano pra sua poesia…

    ;*

    [ver em: http://meninadosolhos00.blog.terra.com.br/2009/07/13/aquele-olhar/#comments]

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  2. #

    Comentário por meninadosolhos — segunda-feira, 13 de julho de 2009 (22:43:14)

    há tanto pra dizer sobre aquele olhar que não poderia ser apenas isso.

    e agora a menina dos olhos está de volta, dessa vez sem doses de uísque e sem batom vermelho,

    pelo menos por hoje.

    [ver em: http://meninadosolhos00.blog.terra.com.br/2009/07/13/aquele-olhar/#comments]

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