
Agora eu vou falar da carne,
do desejo, do tesão, da fantasia
e de toda minha malícia.
Vou falar de cada amasso,
cada laço, cada mormaço,
nesse nosso embaraço.
Vou lembrar-me daquele arrepio,
daquele delírio,
mas principalmente daquele suspiro frio.
Demorar-me no que faz do silêncio algo que não é mudez.
Na qual os corpos são bem mais que a nudez.
Junto ao sexo e ao álcool, prazeres sagazes e ferozes,
cito também aqueles outros pequenos prazeres vagabundos,
que fazem dos poetas experimentadores do mundo.
Na queima de energias eterna,
a explosão interna,
que me enrosca a sua perna.
Depois do botequim,
eu me jogo em frente ao seu tamborim
e te devoro até o fim.
E tudo o que me resta
é seu toque e seu calor nesse fim de festa,
só, e somente isso me interessa.
No espelho do banheiro eu repito pra mim mesma:
nos dias em que a física sobrepõe-se a metafísica, é melhor deixar a alma em casa e sair com a roupa do corpo.
Nota: é que ela, a menina dos olhos sempre tão delicada e meiga, acordou hoje como uma puta amanhecida cheia de classe, sem nenhum traço doce.
Não demorou muito passou seu batom vermelho, bebeu a dose toda de uísque, e depois escreveu essa merda que vc leu!
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ResponderExcluirComentário por Juninho — quinta-feira, 18 de junho de 2009 (20:47:46)
É que ela, a menina dos olhos agora agressiva e [censurado], transformou-se em outra pessoa sem nenhuma ternura e bondade. Quando viu estava tomando uma dose naquele botequim para que no final… todo mundo já sabe o fim.
[ver em: http://meninadosolhos00.blog.terra.com.br/2009/06/18/sobre-o-prazer/#comments]
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ResponderExcluirComentário por Amanda — sexta-feira, 19 de junho de 2009 (17:33:14)
A carne trêmula, sim, como queria Almodovar.
Porque agora a gente sabe: “as almas são incomunicáveis”
então deixa o corpo falar.
Belíssimo ;*
[ver em: http://meninadosolhos00.blog.terra.com.br/2009/06/18/sobre-o-prazer/#comments]