
Deixe-me aqui.
Sentada nessa praça onde não mais te vejo.
Com as lembranças mais doces ainda presentes.
Em meio a sua ausência fria.
-
Deixe-me assim.
Guardando ainda o cheiro do mar e o gosto do vento,
entre a sua cor e o seu jeito, com suas as carícias eternas.
Como aquela que coleciona retalhos de si.
-
Deixe-me agora.
Vomite para fora toda a sua dor,
rasgando as fotos e queimando o passado
Que ainda não passou.
-
Deixe-me aqui.
No mesmo banco de concreto
Que você esmurrou, mas não quebrou.
Com o mesmo carinho no sorriso que você provou.
-
Deixe-me assim.
Com a delicadeza de quem aprendeu muito, meu bem.
Entre os tapas mais belos, o degustar singelo,
que nos ensina a escolher dentre todos os retalhos, aquele com gosto de caramelo.
-
Deixe-me agora.
Leve consigo seu orgulho ferido.
Invente suas mentiras e se engane muito pra tentar me arrancar de você de uma só vez.
Só se lembre que eu guardo comigo os retalhos coloridos, e essa longa embriaguez.
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