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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Retalhos


Deixe-me aqui.

Sentada nessa praça onde não mais te vejo.

Com as lembranças mais doces ainda presentes.

Em meio a sua ausência fria.

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Deixe-me assim.

Guardando ainda o cheiro do mar e o gosto do vento,

entre a sua cor e o seu jeito, com suas as carícias eternas.

Como aquela que coleciona retalhos de si.

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Deixe-me agora.

Vomite para fora toda a sua dor,

rasgando as fotos e queimando o passado

Que ainda não passou.

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Deixe-me aqui.

No mesmo banco de concreto

Que você esmurrou, mas não quebrou.

Com o mesmo carinho no sorriso que você provou.

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Deixe-me assim.

Com a delicadeza de quem aprendeu muito, meu bem.

Entre os tapas mais belos, o degustar singelo,

que nos ensina a escolher dentre todos os retalhos, aquele com gosto de caramelo.

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Deixe-me agora.

Leve consigo seu orgulho ferido.

Invente suas mentiras e se engane muito pra tentar me arrancar de você de uma só vez.

Só se lembre que eu guardo comigo os retalhos coloridos, e essa longa embriaguez.

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