-

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Quilate


Deixo escapar meu zelo
até respingar meu pranto em teu colo vazio.

Me entreguei ao teu olhar manso
como quem se entrega sem volta à brisa única.

Foram teus sorrisos macios que abraçaram as minhas manhãs
sem dosar carícias e mimos
quando eu me encaixava no teu peito
como quem encontra um lugar seguro.

Eu descobri no teu colo
um universo inteiro que só pertencia à mim
e te dei meu infinito interno pra você achar algum caminho
que pudesse te interessar sem fim.

Velei teu sono
e descobri em teus sonhos agitados
algo que me fazia dormir.

Te dei meu cheiro, gosto, sorriso
te dei minha dor, meu amargo, meu medo
me descobri em absurdos secretos
e te devorei tuas infindas partes escondidas
onde eu me abriguei.

Sobrou um pouco de nós em cada
laço, amasso, compasso
daquilo que não passa.

Me retorci nos teus erros
até aceitar me mutilar os espinhos cravados
só pra te ver sorrir ao acordar.

Eu deixei pra traz algumas flores
pra que coubesse em mim
as minhas dores.

É com você que eu erro
e também que eu acerto,
mas só com você,
meu bem.

E o que sobra do amor é sempre amor
pra tapar o buraco da falta que resta.

6 comentários:

  1. Tapar o buraco intapável. Pra nunca parar de tentar tapar. Pra nunca parar de amar.

    Prazer te ler! Sempre!

    ResponderExcluir
  2. Oi Fernanda,

    estamos passando pra divulgar a Tertúlia Pão de Queijo. Um local de encontro da literatura/poesia mineira na internet.

    Se achegue e seja bem-vinda!

    ResponderExcluir
  3. Belíssimos versos, querida!
    E que impactante é tua descrição no perfil!
    Bjo e sorrisos pra ti.

    ResponderExcluir

Related Posts with Thumbnails