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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Equilibrista

Eu quero enfeitiçar estes versos
e fazer deles algum ditado sobre o que se é por dentro do ser
feito coisas que significam o que realmente são.

Gravo nosso tempo guardado aqui dentro
passando como num filme de delicadezas mudas
onde até as cenas de dor
nos revelam miudezas essenciais sobre a ternura das brisas internas.

Eu deixo meu medo escondido de ti
como quem esquece um alfinete fincado no peito
que lateja nos espaços mais raros
onde confesso:
as cicatrizes me perseguem os rumos.

Eu queria apalpar a existência da essência
como quem sabe onde põe os pés
até encontrar no desequilíbrio
a corda bamba que nos sustenta.



4 comentários:

  1. A corda bamba parece que é a vida, mas a corda bamba somos nós. A vida é todo o resto.

    Delícia de poesia.

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  2. "Eu queria apalpar a existência da essência
    como quem sabe onde põe os pés
    até encontrar no desequilíbrio
    a corda bamba que nos sustenta."

    Eu também, Fernanda. E, se possível, com toda essa sutileza.

    Beijos

    ResponderExcluir

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