-

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Outrora

Não eram esses nossos sonhos.


Eram outros planos,

outras pessoas,

outras vidas,

éramos outros.


A poesia tinha outra rima.


Pedaços de nós

caminhavam num risco tênue

entre o que somos

e o que perdemos.


Deixamos de ser

para que pudéssemos ser-nos.


Foram cisões e fusões

que arriscavam o novo

e temiam o velho.


Suplícios de nossas palavras

berravam por outra poética.


Ao apalpar meus buracos internos

eu vejo saudades,


eu vejo o que ficou

de tudo que passou.


Me vejo outrora

com a mesma face no espelho.

4 comentários:

  1. liindooo xará!!
    nunca somos os mesmos, nem quando queremos.

    "Deixamos de ser

    para que pudéssemos ser-nos."

    ADOREI.
    é, é preciso deixar de ser, para ser outro.
    bjoo

    ResponderExcluir
  2. divina
    divina

    só isso que tenho te dizer


    abraços e feliz passagem tua no tallesazigon

    ResponderExcluir
  3. Bem verdadeiro e profundo!
    Compartilho!
    Beijo!
    Gostei daqui, linkei e estou seguindo!
    Beijo!
    http://tengacreencia.blogspot.com

    ResponderExcluir

Related Posts with Thumbnails