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terça-feira, 1 de junho de 2010

Inutilidade Poética

Nossos versos eram os únicos vestígios

que deixávamos aqui,

só eles nos compreendiam

e nos libertavam de nós.


Inventávamos muito para conhecer

aquelas partes intocáveis e escondidas por dentro

que só as palavras alcançavam

através de poesias inúteis.


Olhares cruzados atingiam

desenhos verbais por entre rimas

enquanto nos transfigurávamos

em nossos embaraços verbocorpóreos.


A cada travessura métrica

sonhávamos a inocência

das coisas que não acontecem

como quem pula obstáculos.


E por amor

unimos nossas palavras até ouvir o silêncio delas

ao desver o mundo nos abandonos

e guardar os desconcertos dos nossos absurdos secretos.


Assim abrigamo-nos nas palavras

antes mesmo que em nossos corpos

e sustentamo-nos em poesias

antes mesmo que em nós.



6 comentários:

  1. Lindoooooooo *_*
    Quero um dia conseguir fazer um nesse nível,
    huahsuahsua,
    difícil, hein?!

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  2. nosso corpo abrigo da palavra

    a poesia de nada serve mais muito nos absorve

    e fica impossivel viver sem ela

    és com certeza a minha menina dos olha, maravilhosa poetiza

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  3. Para os sensíveis, a poesia tem a função da coluna vertebral - da alma.

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