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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O prazer é todo meu


Entre minhas tantas caras

Meu rosto, meu esconderijo

Entre minhas tantas almas

Meu silencio, meu segredo

Entre meus tantos passos

Meu mistério, meu medo.


Sou tudo o que mudei

Tudo que deixei

Tudo que nem sei.

De tanto me ser, não sei mais.

Sei que senti, degustei-me sem fim.

Sei que não sei de mim.


Fui parte do que eu vivi

Mergulhei no que eu senti

Isso que estou parindo com palavras

É meu, mas não sou eu.

Meu retrato tem meu rosto

Escondido nele, meu esboço.

Não sei o que faço, nem onde estou.

Sei que vou.


Vou lendo meus vestígios,

Meus restos, minhas pistas.

Leio o que deixei, mudei.

Fiz de mim o que não sei

O que eu sabia fazer, eu só senti.

Penetrei-me dentro do meu ser

Releio-me e fico por aqui

Não fui eu que me escrevi.

Um comentário:

  1. 1.

    Comentário por Juninho — sexta-feira, 7 de agosto de 2009 (18:06:32)

    “Hoje estou em conflito.
    Não sei a essência nem a finalidade.
    Sequer sei quem sou.
    Se sou.”

    Muito belo!

    [ver em: http://meninadosolhos00.blog.terra.com.br/2009/08/07/o-prazer-e-todo-meu/#comments]

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