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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Ao tango quente e deslizante da madrugada sombria


Rasgo minha carne com o caco de vidro afiado,

Deixo o sangue vermelho vivo escorrer por entre minhas mãos

Escrevo meus versos pintados a sangue e cacos

Quero gravar-me neles

Deixar que eles façam de mim o que só eles são

Que eu os seja e me deixe quieta por esse segundo.

Quero pintar-me toda nas minhas cores vivas,

Borrar-me em cada tom escuro e forte

Deixar que meu ser abstrato se concretize em qualquer tela

Que algum canto do meu eu se liberte numa fotografia estática

Para só então ler tudo o que fiz de mim

Nesse tango embriagado de solidão.

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