
Rasgo minha carne com o caco de vidro afiado,
Deixo o sangue vermelho vivo escorrer por entre minhas mãos
Escrevo meus versos pintados a sangue e cacos
Quero gravar-me neles
Deixar que eles façam de mim o que só eles são
Que eu os seja e me deixe quieta por esse segundo.
Quero pintar-me toda nas minhas cores vivas,
Borrar-me em cada tom escuro e forte
Deixar que meu ser abstrato se concretize em qualquer tela
Que algum canto do meu eu se liberte numa fotografia estática
Para só então ler tudo o que fiz de mim
Nesse tango embriagado de solidão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário