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domingo, 4 de outubro de 2009

Poeira invisível


Um sopro quase poético

leva a alma de encontro ao corpo

cheirando ao vento mudo

repleto de nada que não complete.


É como se o carinho

fosse coisa intrínseca

tatuada na pele frágil e densa e macia

como se as coisas fossem simples

feito o toque,

aquele manso e leve e silencioso

que traz consigo o sabor e amplitude do desejo.


Entre a carne e a não-carne surge algum barulho

aquele que palpita conforme o movimento dos corpos

nos delírios e suspiros a metafísica se encarna em física

pura e nua e crua.

Explosão súbita de valores e sintonias

captadas pela antena única e desajustada

de corações vagabundos sempre ao alcance.


Faz-se necessário falar do tesão

borbulhando como o cheiro da terra

ainda molhada

cavada.

Laços profundos amarrados no suor

de todo aquele prazer,

que não pode, não deve ser dito

foi gravado entre silêncios

e entre silêncios permanecerá.


Paredes abaixo

muralhas no chão

escudos dissolvidos

sentimentos expostos

conquistados e absorvidos e penetrados.


Como se além do céu existisse outra coisa

sem nome e sem cor

lá, só e somente lá

onde meus pés quase tocam o chão.

3 comentários:

  1. #

    Comentário por Cecília — segunda-feira, 5 de outubro de 2009 (00:22:40)

    aaah! a marion do wim wenders
    que liindo *-*
    ahusfhaushfuahsfu
    (daquelas viciadas)

    [ver em: http://meninadosolhos00.blog.terra.com.br/2009/10/04/poeira-invisivel/#comments]

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  2. #

    Comentário por Juninho — segunda-feira, 5 de outubro de 2009 (10:20:25)

    Esse quase tocar nos toca!
    ;*

    [ver em: http://meninadosolhos00.blog.terra.com.br/2009/10/04/poeira-invisivel/#comments]

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  3. #

    Comentário por Juninho — segunda-feira, 5 de outubro de 2009 (22:07:30)

    Mais uma coisa: Um brinde aos corações vagabundos!

    [ver em: http://meninadosolhos00.blog.terra.com.br/2009/10/04/poeira-invisivel/#comments]

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