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domingo, 19 de dezembro de 2010

Biografia da infância


Com o tempo do avesso
pegando a gente pelos cantos nostálgicos
à choramingar saudade
e pensar pedaços doces
sobre o cheiro do vento.

Foi como se fosse uma foice afiada
cortando a carne até expelir o sangue da memória
pra transbordar lembranças puras
vazando por entre os dedos da mão.

Devagar e sempre
o carinho do passado contaminava o presente
e eu me sentia acariciada pelo sopro sem comportamento
vindo de dentro do coração.

Eu escutava o perfume daquelas águas lá atrás
que já não me banham mais
a não ser nos esconderijos internos entre essas palavras
como quem escuta os pássaros recitando poesia.

Só assim que eu sonho sair de mim
pra chegar no aconchego de onde eu vim
reinventando minha infância nos dias de hoje
pra ocupar o tempo que eu crio pra existir.


11 comentários:

  1. Belíssimo.
    Temos que inventar algo para fazer com a nossa existência.

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  2. Que Maravilindo!!!

    Esta estarás no livro com certeza!

    Te amo ;)

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  3. Gostei muito, volto com calma!
    bjos Fernanda!

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  4. Oi Fernanda!
    Belo seu blog também.
    Parabéns pelos textos...
    Escrever é um Dom, e com certeza vc O tem!

    te sigo!;)
    depois me segue tá?rs
    Beijos e Feliz Natal!
    :-]

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  5. retribuindo a visita, grato pelo comentário quero deixar os votos de boas festas para você seus seguidores, familiares enfim a todos seus leitores, muita paz e o amor de deus em todos os corações sempre. Felicidades!

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  6. Oi! Delicioso poema, agradeço a visita ao meu blog e seu comentário. Parabéns!
    BJSSS

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  7. Ao ler este poema eu na hora fui transportado para o meu tempo, e achei nesta leitura revelações de mim, reinventando no ato os acontecimentos das minhas vivencias e agora ficam os sentimentos similares "e eu me sentia acariciada pelo sopro sem comportamento
    vindo de dentro do coração."e ao mesmo tempo "como se fosse uma foice afiada
    cortando a carne até expelir o sangue da memória"
    Parabéns, poema magistral!

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  8. Poesia lúcida mas tb lúdica...como pode existir?
    Contrariar, é o que quer a palavra né...embaraçar o sentir, os sentidos.
    Gostei do teu jeito de escrever,
    O titulo do livro é fantastico, lembra-me muito um autor que adoro ler, o Manoel de Barros, acho que ele adoraria o titulo tb.

    Sigo-te por querer voltar mais vezes.

    bjos .

    Desejos de um feliz Natal

    Erikah

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  9. Agora percebi, tens ele no template do blog...heheh..o meu Bom velhinho...deves tb ser fã dele...rsrsrs

    bjo e mais beijo


    Erikah

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  10. Que no tempo que crias para existir, a poesia tenha sempre um tempo privilegiado... Parabéns pelo livro, fiquei muito feliz com a novidade! Você tem muito talento e merece um presente desses!

    Desejo um belíssimo Natal, para todos os dias.

    Bjo!

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  11. Fernanda, feliz Natal!
    Para vc e toda a sua família.
    Que seus olhos continuem com o brilho que aqui se reflete.
    Muita doçura para vc, muita poesia para nós.

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