Não
cabe em lugar algum
o fardo
cascudo que o laço criou.
Antes
era a ausência
depois
foi a presença
hoje
é o lugar cativo
onde
presença e ausência
se
encontram
se
misturam
e
se destroem.
A primeira
palavra pronunciada na vida
se
tatuou como a mais profunda ferida.
Núcleo
estilhaçado
de
tudo aquilo que não se esconde
e não
se toca
mas
se dilacera até o ventre.
O silêncio
construiu o tamanho da dor
o nó
na garganta construiu o sabor do amargor
por
ora sabor de presença da ausência,
por
ora sabor de ausência da presença.
Poderia
se chamar vínculo mortal
mas
na verdade é só o limite do silêncio.
Estandarte
sangrento
que
carrega consigo
as
marcas de uma vida
onde
abandono e carinho
tinham
o mesmo nome.
Quase
não posso escrever essas lágrimas
quase
não posso chorar essas palavras.
Traduzir
a dor em versos
não
faz que voz alcance os ouvidos mais desejados
e
os colos mais cotados.
Ao
contrário,
o que
a falta faz
mais
uma vez se repete
se
instaura
se
inaugura na eternidade
e
se expande para os mais diversos laços.
Fica
aqui a fenda da falta:
falta
do seio da vida
e
as tantas outras faltas
que
a vida tratou de ordenar.
Quase
já não posso caber aqui,
onde
o limite do silêncio
berrou.